Organização Financeira: como funciona a psicologia do dinheiro

O dinheiro desempenha diversos papéis em nossa vida, indo além do simples pagamento de contas ou da aquisição de produtos e serviços. A forma como nos relacionamos com ele está atrelada ao nosso lado emocional. No livro “A Psicologia do Dinheiro”, dos autores Dan Ariely, psicólogo, e Jeff Kreisle, humorista, são abordados diferentes sentimentos, tais como ansiedade, culpa, alegria e realizações, sentimentos que surgem como resultados, diretos ou indiretos, das nossas decisões financeiras.

Socialmente, existe uma cultura que, aos poucos, tem sido modificada, a qual consiste em não refletir sobre o dinheiro, nossa relação com ele e sua finalidade. O dinheiro desempenha o papel de provedor na vida das pessoas, sendo essencial para quase todas as atividades que realizamos. A maneira como percebemos isso influencia nossas escolhas, desde a decisão de frequentar um restaurante mais caro até o valor da roupa que adquirimos. Avaliar onde e como podemos gastar, acompanhar a fatura do cartão de crédito (pois o cartão de crédito é, de fato, dinheiro, embora não seja físico, e cause a ilusão de um valor extra – que, na verdade, é emprestado), tudo isso está ligado ao lado emocional de cada indivíduo.

No livro de Dan e Jeff, trazem algumas lições sobre as diversas facetas que o dinheiro possui em nossas vidas. Confira a seguir algumas delas:

  • Valor das coisas: este conceito aborda o valor que damos às coisas; há quem prefira pagar mais por um produto para ajudar um amigo que o vende, enquanto outros podem ser capazes de comprar um celular caro, mas escolher alimentos a um custo mais baixo. Isso está relacionado à maneira como cada indivíduo enxerga cada coisa, e essa mentalidade totalmente humana pode nos levar a tomar boas ou más decisões financeiras.
  • Valor real e valor relativo: aqui abordamos as inúmeras estratégias que nos estimulam a gastar constantemente. O exemplo utilizado pelos autores é o das promoções, aquelas com preços imperdíveis, desconto de 70%, mas que, na verdade, sempre custou aquele preço ou algo próximo. Este valor relativo muitas vezes se sobrepõe ao real, pois dá a impressão ao consumidor de que ele está obtendo alguma vantagem.
  • Contabilidade mental: como gastamos nosso dinheiro varia conforme nossa relação com ele. A contabilidade mental é o raciocínio que usamos para gastá-lo. Fazer um orçamento é essencial, destinando o dinheiro para contas fixas, lazer, emergência etc. No entanto, se gastar todo o dinheiro de uma dessas categorias, surge a questão: será que não vou cair na tentação de pegar de outra coisa para repor nessa? Tudo vai depender de como você lida com suas finanças.
  • Contabilidade emocional: o dinheiro lida com a emoção, como discutido desde o início aqui. Vemos o dinheiro como algo muito sério, e ele requer seriedade. Os autores Dan e Jeff também oferecem exemplos de como o dinheiro ganho por meio do trabalho, por exemplo, é facilmente destinado a prover necessidades, enquanto um dinheiro não obtido por esse meio, como por sorte, um bônus ou uma herança, pode ser mais facilmente gasto em coisas mais supérfluas, embora não menos importantes.

Foto: Freepik

Organização financeira requer estabilidade emocional, de modo que as pessoas, de maneira geral, não cedam às pressões, às comparações e aos estímulos para consumir coisas que nem sempre fazem sentido. Compreender essas situações e aplicar o dinheiro de acordo com o que você realmente acredita é fundamental.

17 de maio de 2024

39 respostas em "Organização Financeira: como funciona a psicologia do dinheiro"

  1. Este é um tema que deveria ser matéria de ensino nas escolas

  2. É fascinante como o dinheiro vai além de números e impacta diretamente nossas emoções e decisões. Entender a psicologia por trás de como gastamos e valorizamos as coisas é essencial para uma relação financeira mais saudável e consciente.

  3. tudo é psicologia temos que ser mais fortes e não gastar

  4. Finanças são emocionais. Entender a psicologia do dinheiro é crucial para saúde financeira.

  5. Como no próprio artigo diz “como gastamos nosso dinheiro varia conforme nossa relação com ele.” e não só como é a nossa relação com ele, mas com nós mesmos tmb. Pois se não estamos bem a tendência é utilizar uma valvula de escape e muitas vezes acaba sendo comprar alguma coisa ou gastar com algo que não precisamos. Por isso o emocional e o controle com os gastos devem sempre andar juntos.

  6. Uma das mais utilizadas tricks mentais por assim dizer seria o 99,99 em vez de 100, por que assim faz parecer que o valor é menor mesmo conscientemente sabemos que é o mesmo.

  7. Esse assunto precisa ser mais debatido, principalmente no ambiente escolar.

  8. “Organização financeira requer estabilidade emocional” essa é chave para conseguir não ceder aos gastos desnecessários.

  9. A psicologia do dinheiro revela que nossa relação com as finanças vai muito além de números, estando profundamente ligada às nossas emoções, como ansiedade, culpa e alegria. Lições sobre o valor real e relativo das coisas e a forma como aplicamos a “contabilidade mental” demonstram que o emocional guia muitas de nossas decisões de consumo. A organização financeira exige estabilidade emocional para resistir a impulsos e pressões, garantindo que o dinheiro seja usado de acordo com nossos valores e não apenas por estímulos externos.

  10. ter mais controle emocional e financeiro é fundamental

  11. Acredito que este tema deveria fazer parte da disciplina de educação financeira que algumas escolas tem introduzido no curriculo. Aprender a lidar com o dinheiro ainda na infância, ajuda o individuo do futuro, evitando que fique refém de jogos de azar, pelo “dinheiro fácil”, cartão de crédito e por ai vai.

  12. Dinheiro e emoções estão ligados; organização exige estabilidade emocional.

  13. Ter um bom “relacionamento” com o dinheiro, muda tudo!

  14. A relação com o dinheiro é muito emocional. Desvencilhar as emoções das finanças faz bem pra saúde do bolso.

  15. Sempre digo que a relação com o dinheiro é moldada desde a infância, e assim como outros traumas e feridas que carregamos desde criança, a relação com nós mesmos e com dinheiro melhora através de autoconhecimento e acompanhamento psicológico.

  16. muito bom , certamente que as escolas tem que introduzir esse assunto pois quanto mais cedo melhor

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